Aqui estamos nós no país do faz de conta a fazer de conta que fazemos alguma coisa: o Desgoverno faz de conta que governa quando sabemos perfeitamente (mesmo sem o Vitor Constâncio nos dizer) que isto vira o disco e toca o mesmo, embora por momentos façamos de conta que a música é outra, sabendo cinicamente que não é, nem virá a ser; os funcionários públicos continuam na sua vidinha santa a fazer de conta que trabalham, quando não estão a ameaçar fazer de conta que fazem greve; o pessoal em geral faz de conta que não se passa nada: vai de férias de Páscoa a fazer de conta que o dinheiro chega para tudo, sabendo de antemão que fazer de conta só os vai obrigar a fazer contas mais tarde.
Fazer de conta faz parte. É profilático. E sobretudo impede-nos de olhar a direito para este lugar mal frequentado a que insistimos em chamar de país. Eu por mim continuo a fazer de conta que escrevo um blog. Vocês façam de conta que o lêem.
Fazer de conta faz parte. É profilático. E sobretudo impede-nos de olhar a direito para este lugar mal frequentado a que insistimos em chamar de país. Eu por mim continuo a fazer de conta que escrevo um blog. Vocês façam de conta que o lêem.
Sem comentários:
Enviar um comentário