A TAP fechou 2005 com um prejuízo de 10 milhões de euros. Fernando Pinto, o gestor maravilha, comentou a um jornal económico que «bastava que cada cliente tivesse pago mais 1,5 euros para não haver prejuízo». É curioso como o discurso dos gestores públicos revela inconscientemente aquilo que é o modus operandi do Estado e das suas empresas, que um dia tive oportunidade de falar aqui.
A filosofia do «cliente que pague os nossos prejuízos e a nossa ineficiência» veio mais uma vez à tona, sendo caso para dizer que, para a TAP dar um lucro de 10 milhões de euros em 2005, bastava que cada cliente TAP tivesse pago mais 3 euros. E assim sucessivamente. Desconfio que vou pagar muito mais que isso este ano, quando viajar na TAP...
Convém dizer que o prejuízo da TAP está directamente relacionado com o aumento do barril do petróleo em 2005, aumento esse que agravou os combustíveis em geral, e que não estava previsto no plano de negócios da empresa. É óbvio que Fernando Pinto e a sua equipa de gestão não é culpada disto. É uma variável dificil de calcular e com uma margem de erro considerável (normalmente para benefício da empresa).
Onde Fernando Pinto é culpado é no raciocínio de «se a minha avó tivesse rodas seria um camião». Principalmente quando a avó somos todos nós que voamos na TAP. É caso para perguntar: se a avó de Fernando Pinto tivesse asas seria um avião? Pelos vistos sim.
4 de abril de 2006
A Razão da Avó do Outro
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