A gasolineira nacional voltou a colocar no ar outra campanha de apoio à selecção nacional, desta vez alusiva à sua participação no próximo mundial de futebol. Diz o anúncio televisivo que «Se a Galp é nº1 em Portugal, Portugal pode ser nº1 no mundo». É a lógica da batata em todo o seu esplendor. Isto faz algum sentido para alguém? Duvido, embora ache que todo o país está neste momento entregue a este tipo de lógica. Senão vejamos:
- O primeiro-ministro vai à Finlândia e vem tão excitado com a utilização que os nórdicos fazem da internet que logo a seguir surge a proposta de pagar o selo automóvel exclusivamente pela internet. Não interessa nada que apenas 20% dos lares portugueses tenham acesso à internet: «Se os finlandeses fazem tudo pela internet, os portugueses também têm a obrigação de o fazer».
- O primeiro-ministro (outra vez um exemplo desse ser iluminado) decidiu desburocratizar a criação de empresas em Portugal. Excitado com as potencialidades da internet, criou um sistema onde cada um de nós pode abrir, pela internet, uma empresa em apenas uma hora. A excitação é tão grande que o executivo se prepara para desburocratizar uma série de serviços sob o mesmo prisma: «tudo pela internet, numa hora». Mais uma vez não interessa nada que só 20% dos lares tenham acesso à internet: «Se se pode criar uma empresa pela internet em apenas uma hora, tudo o resto se pode fazer pela internet em menos de uma hora». Pessoalmente acho que deveríamos também ter a possibilidade de demitir o governo pela internet, em menos de uma hora.
- A Banca nacional, esses rapazes que continuam a apresentar lucros milionários num país que não cresce, decidiu a dada altura criar meios remotos de atendimento (nomeadamente as caixas de multibanco, os terminais de pagamento em lojas, e o serviço de internet banking) o que automatizou uma série de processos, que antes exigiam uma quantidade considerável de efectivos, e reduziu os seus custos operacionais. No entanto recentemente vieram informar-nos que no futuro irão taxar cada transacção feita em canais remotos. Mais uma vez a lógica da batata: «se é mais barato para o Banco que os seus clientes usem o Multibanco, faz todo o sentido que os clientes paguem essa utilização». Dá vontade de lhes entupir os balcões...
- O Governo decide fazer um aeroporto na Ota, que sabemos ser perfeitamente desnecessário. Cada pessoa que utiliza o actual aeroporto de Lisboa paga uma taxa de 7 euros para ajudar a pagar o próximo aeroporto. A lógica: «Esta malta não precisa de mais um aeroporto, mas já que o vamos fazer, crie-se lá mais uma taxa para esta malta nos ajudar a pagá-lo».
A lógica da batata começa a ser utilizada de uma forma tão recorrente e impune que quem a usa já está completamente convencido que os portugueses são completamente estúpidos, e que tudo é possivel porque ninguém protesta. Mais vale passar a chamá-la de Lógica do Nabo.
- O primeiro-ministro vai à Finlândia e vem tão excitado com a utilização que os nórdicos fazem da internet que logo a seguir surge a proposta de pagar o selo automóvel exclusivamente pela internet. Não interessa nada que apenas 20% dos lares portugueses tenham acesso à internet: «Se os finlandeses fazem tudo pela internet, os portugueses também têm a obrigação de o fazer».
- O primeiro-ministro (outra vez um exemplo desse ser iluminado) decidiu desburocratizar a criação de empresas em Portugal. Excitado com as potencialidades da internet, criou um sistema onde cada um de nós pode abrir, pela internet, uma empresa em apenas uma hora. A excitação é tão grande que o executivo se prepara para desburocratizar uma série de serviços sob o mesmo prisma: «tudo pela internet, numa hora». Mais uma vez não interessa nada que só 20% dos lares tenham acesso à internet: «Se se pode criar uma empresa pela internet em apenas uma hora, tudo o resto se pode fazer pela internet em menos de uma hora». Pessoalmente acho que deveríamos também ter a possibilidade de demitir o governo pela internet, em menos de uma hora.
- A Banca nacional, esses rapazes que continuam a apresentar lucros milionários num país que não cresce, decidiu a dada altura criar meios remotos de atendimento (nomeadamente as caixas de multibanco, os terminais de pagamento em lojas, e o serviço de internet banking) o que automatizou uma série de processos, que antes exigiam uma quantidade considerável de efectivos, e reduziu os seus custos operacionais. No entanto recentemente vieram informar-nos que no futuro irão taxar cada transacção feita em canais remotos. Mais uma vez a lógica da batata: «se é mais barato para o Banco que os seus clientes usem o Multibanco, faz todo o sentido que os clientes paguem essa utilização». Dá vontade de lhes entupir os balcões...
- O Governo decide fazer um aeroporto na Ota, que sabemos ser perfeitamente desnecessário. Cada pessoa que utiliza o actual aeroporto de Lisboa paga uma taxa de 7 euros para ajudar a pagar o próximo aeroporto. A lógica: «Esta malta não precisa de mais um aeroporto, mas já que o vamos fazer, crie-se lá mais uma taxa para esta malta nos ajudar a pagá-lo».
A lógica da batata começa a ser utilizada de uma forma tão recorrente e impune que quem a usa já está completamente convencido que os portugueses são completamente estúpidos, e que tudo é possivel porque ninguém protesta. Mais vale passar a chamá-la de Lógica do Nabo.
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