9 de maio de 2005

A Razão do Estado

estado
O Estado é uma abstracção incómoda. Quando falamos dos problemas estruturais do país, e de outros, acabamos sempre por chegar à conclusão de que a culpa é do “Estado”. Mas o que é isso o Estado? Se perguntarmos a um político ele vai dizer-nos que o Estado somos todos nós. Todos nós? Mas querem tornar-me parte desse compadrio de incompetentes? Eu não sou Estado coisíssima nenhuma! E vamos lá desmistificar a coisa de uma vez por todas: se o Estado é o organismo regulador da sociedade, então não é nada mais do que o conjunto de indivíduos que compõem o Governo, e dos funcionários públicos das instituíçoes que executam aquilo que lhes mandam. Esses gajos é que são o Estado: um conjunto de gajos que tenta encher a mula em 4 anos, e uma turba de gajos cujo princípio de vida é saltar de letra em letra fazendo o menos possível no maior espaço tempo possível (nunca tiveram a sensação de que tudo se passa em câmara lenta dentro de uma repartição pública? Nunca vos apeteceu fazer fast forward? Eu já, mas receei que eles se magoassem nos cantos das secretárias).
O Estado é portanto composto por estas duas forças antagónicas: uns bandalhos que querem mamar tudo rapidamente antes que se acabe o mandato; e uns mongos com um conceito de rapidez que ombreia com a lesma, o caracol, e a tartaruga alaúde. Conclusão: andamos sempre em Estado de Sítio à conta destes javardolas.

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