Aí está ele outra vez como assunto do dia. Tão recorrente que já chateia. Sabemos que o período de graça de um governo em Portugal termina quando se puxa o assunto do défice.
O défice só é um assunto recorrente desta telenovela mexicana porque o Estado, essa abstracção incómoda, não tem a mínima ideia do que é gerir, nem sequer uma casa de meninas.
A resposta automática de qualquer energúmeno governamental, independentemente da sua côr política, para a solução do défice é invariavelmente a mesma: aumente-se os impostos! Esta postura só demonstra o nível intelectual e a preparação técnica das alimárias que insistimos em colocar no poder.
Imaginem que aqueles rapazes que agora se dizem Governo eram a equipa de gestão de uma empresa chamada Portugal. Imaginem que essa empresa apresentava um prejuízo de 7% no final do ano. Para que o boneco seja mais fácil de entender imaginem que essa empresa chamada Portugal produzia um único bem: nabos. O negócio dos nabos não ia nada bem e o prejuízo era certinho se não se fizesse nada. Qual era a solução para acabar com o prejuízo? Segundo a equipa de gestão o problema resolvia-se aumentando o preço dos nabos. Inteligente não? Fazer os consumidores pagarem pela ineficiência daquela empresa de nabos.
Não era mais lógico olharem para dentro da empresa e cortarem custos fixos? Seria o que qualquer gestor mediano faria. Reduzia pessoal, optimizava o processo de produção eliminando desperdícios. Ou seja, arrumava a sua própria casa e não ia tentar sacar o que pudesse ao consumidor só para tapar um buraco, fruto da sua incapacidade de gestão.
Enquanto não tivermos uns nabos capazes, vamos continuar a ouvir falar deste défice, e mais: vamos pagar para que um conjunto de babacas continue a enterrar o país. Assim a modos que impunemente. Voltei a ter assunto.
25 de maio de 2005
A Razão do Défice
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