Alturas há em que me sinto tentado a escrever sobre coisas maiores, coisas superiores, coisas que me e vos transcendem em qualquer minuto da minha e da vossa reduzida vida. Apetece-me partilhar convosco o sentido da vida, e o nosso objectivo final no meio de toda esta trapalhada; apetece-me partilhar convosco a minha visão sobre o sistema social perfeito, onde aos jovens é-lhes permitido ser jovens e aos velhos não é imposto um sistema de morte lenta e improdutiva; apetece-me falar-vos da importância da natureza e do vosso efémero mas decisivo papel nela; apetece-me falar-vos no prolongamento da vossa eternidade através da criação, seja de vida seja de actos que tornarão o mundo numa coisa melhor; apetece-me falar do quão vã é a busca por coisas que só aumentam a vossa infelicidade. Apetece-me falar disto tudo e de mais alguma coisa.
Depois o dia-a-dia toma conta do meu discurso e, numa série de momentos de fraqueza, acabo por vos falar de coisas comezinhas e divertidas desse mesmo dia-a-dia.
Um dia hei-de falar-vos dessas coisas elevadas. Mas não será hoje.
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