15 de dezembro de 2005

A Razão do Maior

omaior
Geralmente a auto-estima de um país está directamente relacionada com os seus metros quadrados. Não há-de ser à toa que os bandalhos dos americanos têm uma auto-estima estupidamente (e a utilização deste adjectivo não é metafórica) elevada.
Porém é curioso ver como a rasteira auto-estima nacional procura tratar-se à base de placebos que têm a ver com o tamanho. Na realidade, esta obsessão pelo tamanho revela aquele que é um dos problemas basilares do país: não interessa a qualidade – estamos completamente focados na quantidade. Ser os melhores é algo que nos transcende. O que interessa mesmo é sermos os maiores, mesmo que o sejamos só lá no nosso bairro: ter a maior árvore de Natal da Europa; ter o maior pão com chouriço do mundo; ter a segunda maior ponte da Europa; isto sem falar das coisas que são «maiores» só porque se dizem da boca pra fora – o Benfica é o maior, o Porto é o maior, não interessando grande coisa porquê.
Ser o maior em Portugal é bom. Uma espécie de complexo de pila pequena que se gaba de ter a maior erecção. Há-de servir de muito...

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