21 de setembro de 2005

A Razão da Estrela da Rádio

estreladeradio
Video killed the radio star.
Sempre que me falam em globalização o meu cérebro vagueia invariavelmente por esta música simpática dos velhotes Buggles. Goste-se ou não a globalização matou, a dada altura, a maior parte do que era feito localmente. Este não é um post anti-globalização, até porque pessoalmente acho que esta nos tornou mais conscientes do mundo à nossa volta – por vezes demasiado conscientes para o meu gosto. Este é um post com o mesmo travozinho saudosista e atravessado pela mesma alegria adolescente e inconsciente da música original. É um post «que se lixe». Que se lixe já não termos os iogurtes Longa Vida; que se lixe a Pasta Medicinal Couto; que se lixe a Laranjina C; que se lixem programas de rádio que nos faziam acordar cedo como o Pão com Manteiga (de um rapazinho que hoje está indiciado por pedofilia); que se lixem os Rajás, os chocolates Regina e as Bombokas; que se lixem os Pilote, os Cavaleiros Andantes, e os Tintins coleccionáveis; que se lixem o ZX Spectrum e o Atari; que se lixem os Sanjo (esbirros nacionais dos All Star); que se lixem os pirulitos e as pastilhas Gorila. Que se lixem o Subbuteo, e o Ludo, e a sueca.
E viva a globalização! Normalizada, instantânea (sem juntar água), e em directo. Vivam as frutas gigantes e brilhantes a saber ao mesmo; viva a fast food que nos garante que tudo sabe igual em locais diferentes; viva a roupinha para betos, para dreads, para grunges, para góticos, e para surfistas; vivam os bifes de vaca lúcida e os frangos sem febre. E acima de tudo vivam os blogs, a expressão máxima e positiva daquilo que é a globalização – e que nos mostram diariamente que, apesar de tudo, encerramos em cada um de nós um imenso universo nunca globalizável.
Passem um grande e globalizante dia.

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