Esta história do arrastão deixou-me perplexo, não pelo arrastão em si, que já conhecia de outras guerras no Rio de Janeiro, mas pelas reacções que este provocou a vários níveis. De repente, criticar o arrastão e as suas consequências, é considerado ser uma atitude racista. Tudo isto porque o arrastão foi levado a cabo por rapazes com uma pigmentação mais acentuada, que lhes dá uma côr próxima do negro.
Parece que a atitude correcta a ter-se com o arrastão não é criarem-se medidas coercivas para que este não aconteça com a frequência de um piquenique. Parece que a atitude correcta é criticar o Estado e o seu regime social porque promove a segregação, desfavorece os mais pobres, e incita a fenómenos deste género.
Vi em tempos numa entrevista um jovem negro da Zona J que tinha sido preso por andar a assaltar carros, a gritar para a câmara «Eu sou português! Não são só os brancos que têm direitos!» e quer-me parecer que anda por aqui muita gente equivocada. O facto de ser português dá-lhe algum direito especial para destruir propriedade privada? Não me lembro de ter visto isto escrito na nossa constituíção, mas se lá está avisem-me para eu finalmente implodir por aí umas coisitas.
Quer-me parecer que este excesso de zelo de não querer parecer ou ser racista está a embotar o espírito de muita gente. Se fôr um negro a levar um camaçal de porrada por ter feito merda estamos perante um caso de violência racial, se fôr um branco a levar o mesmo camaçal não há problema? Tenham juizinho. As minorias precisam de ser respeitadas é um facto, mas enquanto respeitarem as regras da sociedade onde se inserem.
Pessoalmente estou-me nas tintas para a cor da pele de quem fez o arrastão, por mim até podiam ser lilases. O que me chateia solenemente é a histeria dos supostos defensores das minorias. Até parece que por serem minorias têm que ter um tratamento preferencial e distinto da maioria.
23 de junho de 2005
Razões Histéricas
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