8 de junho de 2005

A Razão do Estudante

estudante

Ser estudante em Portugal não é uma tarefa fácil. Os professores são aquilo que se conhece e que já tive oportunidade de referir numa Razão anterior. Mas como se não bastasse isso, há tudo o resto:

É dificílimo arranjar um lugar para estacionar o BMW perto das universidades. Os parques estão lotados e os alunos perdem imenso tempo à procura de um lugar, chegando tarde às aulas e perdendo matéria que é fundamental para o seu bom desempenho curricular.

As propinas são elevadissimas, o que obriga os alunos a sacrifícios sobre-humanos, tendo de optar em fumar menos um maço de tabaco por semana, e evitar ir a menos um concerto por mês. Uma verdadeira calamidade.

O acesso à informação tornou-se cada vez mais difícil com a internet. É que a informação disponível é tanta que, para além de tornar difícil qualquer síntese, deixou-se de ter a noção da veracidade da mesma.

Os estudantes a quem os pais não ofereceram o BMW têm que se deslocar penosamente para os estabelecimentos de ensino utilizando a rede viária de transportes públicos, tendo muitas vezes que esperar mais de 10 minutos pelo seu autocarro. Inadmissível num país dito desenvolvido.

Os alunos de ciências exactas ainda têm uma vida pior que os outros: têm que aprender a escrever sem erros na língua portuguesa, uma tarefa irrelevante, dado que as suas opções de trabalho estão longe de necessitarem do uso da língua portuguesa.

Para agravar ainda mais a situação dos estudantes nacionais há a questão dos exames, que provocam um stress desnecessário interferindo brutalmente no seu rendimento, e levando-os à prática da toma desregulada de anti-depressivos e de estimulantes de natureza variada.

Realmente, ser estudante em Portugal, não é vida para ninguém.

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