Que rica a vida dos artistas consagrados! Imaginem por exemplo a vida de um pintor consagrado que vende que nem um estúpido: basta-lhe fazer uns riscos aleatórios numa tela e tem imediatamente uma turba de pacóvios, ditos críticos de arte, a tecer inúmeros elogios e críticas ininteligíveis a algo que consideram “um trabalho visionário e despojado que inaugura novos parâmetros no panorama cultural nacional”. Aposto que os gajos se divertem à brava a ler as barbaridades que são escritas em torno de uma salpicadela acidental. E nem me atrevo a imaginar o gozo monumental que têm quando atribuem um preço monstruoso a uma peça igualmente monstruosa que vai inevitavelmente ser comprada por um parvalhão qualquer que acha que está a adquirir uma obra de arte. Este é um privilégio exclusivo desses rapazes consagrados que dizem fazer arte...
Agora imaginemos que roubávamos por instantes esta “aura de graça” a um destes palermas artísticos e o transformávamos num trolha da Picheleira. Um trolha consagrado! Estariam dispostos a pagar estupidamente mais por um alinhamento arbitrário de tijolos na parede da vossa casa? Ah pois é!
5 de janeiro de 2005
Razões Artísticas
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