17 de junho de 2007

A Razão do Insulto

insulto
Poucas coisas são gratificantemente libertadoras como um bom insulto aplicado no momento certo. Tem o efeito de uma ventania forte num dia nublado: deixa-nos o céu azul e solarengo. Limpa-nos a alma.
Não falo do insulto fácil, que não requer grande esforço dada a sua aplicação despersonalizada a qualquer pessoa ou situação. O insulto fácil é uma coisinha processada que sabe à mesma coisa em qualquer parte do mundo: um McDonalds da retórica. Agora um insulto personalizado e meticulosa ou inspiradamente aplicado é uma forma visceral de arte. Perpetuável no tempo, sem outra aplicação que não seja a original, que o viu nascer. Deixo aqui alguns exemplos:

A população é eminentemente portuguesa, quer dizer que ela é lenta, pobre, indolente, apática e preguiçosa.
Mark Twain, sobre os Açores.


O homem é tão inseguro de si mesmo que usa o cabelo como um idiota filho da puta, de modo a que as pessoas o possam reconhecer.
Rich Giachetti, sobre Don King.


Malditos sejam os danados porcos de ossos gelatinosos, os viscosos, os invertebrados inchados e insinuantes, os miseráveis sodomitas fétidos, os ardentes pederastas, os chorões, babando-se, perturbando-se, paralíticos, o bando fraco que fez a Inglaterra de hoje. Eles têm clara de ovos nas veias e a sua langonha é tão aguada que é um milagre que se possam reproduzir. Porquê, porquê, porque nasci eu em Inglaterra?
D.H. Lawrence, sobre o seu país natal.


Bambi com testosterona.
Owen Gleiberman, sobre Prince.


O encanto do homem é letal. Durante um momento está a nadar ao nosso lado e zás! Há sangue na água. A nossa cabeça foi-se.
John Barry, sobre Rupert Murdoch


Os americanos são uma raça de convictos e devem estar agradecidos por tudo aquilo que os deixamos fazer sem os enforcar.
Samuel Johnson

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