Quanto mais penso nisso mais acho que este país tem uma fixação esquisita na «baixa». A coisa começa logo pela estatura física do povo, que é baixa; estende-se à economia do país, que anda sempre em baixa; invariavelmente isto tem um reflexo na auto-estima dos labregos que é, mais uma vez, baixa.
Mas se pensarmos mais um pouco, vemos que a baixa preenche outros e variados aspectos da nossa vida: à zona mais comercial e social das nossas cidades chamamos baixa; as revisões de crescimento do país e as revisões de ordenado são sempre feitas em baixa; a literacia dos tugas é baixa; adoramos a baixa de preços (a maior parte de nós espera religiosamente por ela); e grande parte do país vive em baixa: baixa de parto, baixa psicológica, ou qualquer outra baixa médica que impeça os mamíferos de contribuir para que algum dia isto volte a estar em alta.
19 de outubro de 2005
A Razão da Baixa
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