Ao fim de tantas reformas de ensino ainda não perceberam que o que deviam reformar, perpétua e drasticamente, eram os professores. Está provado que na sua génese, o professor é aquele tipo de pessoa que não tem jeito nem talento para fazer coisa nenhuma, e que consequentemente decide passar o resto da vida a falar do que os outros fizeram. Enfim, um javardola pouco imaginativo. Senão vejamos: a sua capacidade de concentração atinge o limite ao fim de cada 50 minutos, findos os quais tem que ir a correr para um reduto (vulgo, sala dos professores) de forma a certificar-se que existem seres com o mesmo miserável destino e poder aguentar os próximos 50 minutos. Também não é por acaso que o professor representa a classe humana mais pavloviana que existe: só se mexe quando toca a sineta, e saliva que nem um animal (todos nós nos lembramos dos perdigotos que apanhávamos quando por azar ficávamos na carteira da frente). Depois é um ser que não aguenta os mesmos meses de actividade que outro qualquer trabalhador – embora diga que está atafulhado de reuniões, sabemos bem que, na realidade, está na taberna mais próxima a decidir o aproveitamento das suas vítimas entre copos entremeados de tinto e branco, conforme o seu estado de humor. E que dizer de um ser cuja função consiste em pegar num pedaço de giz que esfrega freneticamente numa ardósia negra e que tem como ponto alto mensal a reunião de pais? Nada, suponho. O facto de a maioria deles nunca saber onde vai ser colocado no país dá-lhes um modus vivendi cigano que se reflecte na maneira como instruem as suas vítimas: tudo é transitório (até a inteligência do próprio professor), e nada é dado como certo (nem a roupa interior que se vestiu no próprio dia). Outra coisa curiosa é que os professores nunca têm identidade própria: ou são prófes, ou setôres. Quais as implicações de tudo isto? Não faço a mínima ideia, agora uma coisa é certa - se porventura depararem com um blog feito por um professor façam apenas uma pergunta: oh professor, posso ir um bocadinho lá fora?
Publicado a 25 de Janeiro de 2005
o que está escrito vale para qualquer profissão só não podemos
ResponderEliminarir um puquinho lá fora...sou professor...na escola tudo era
superficial (e é) afinal os clientes (vítimas) são crianças ou adolescentes, ficando adulto, ficam o dia inteiro num escritório, numa loja, numa fábrica e não terão nem a opção de ir um puquinho lá fora...o chefe te demite.
mostramos um pouquinho do mundo lá fora...onde todo mundo pavlovianamente baba ao ouvir a sirene da fábrica.
Experimente falar durante horas sem salivar... e não cuspir.
um abraço de um brasileiro neto de portugueses.