17 de dezembro de 2007

A Razão do Ridículo

ridiculo
Li recentemente, de uma assentada, um livro curioso de António Costa Santos, sobre as proibições do chamado «antigo regime», intitulado «Proibido!». Li para me relembrar de algumas coisas que os adultos me contavam quando eu, chavalo, olhava para as imagens a preto e branco da revolução na televisão em 74, dando graças aos comunistas por me darem uma mão cheia de dias livres de aulas. Enquanto lia sobre as absurdas e tacanhas proibições do pré-25 de Abril, fui-me apercebendo que, passados 33 anos da libertadora revolução, o país continua tão ridículo quanto antes. Principalmente no que toca a proibições e deveres.
Esta percepção do ridículo é preocupante porque me faz ter a perfeita consciência que, por mais anos que passem, Portugal será sempre uma metáfora fácil do rídiculo tacanho e mesquinho. As leis neste país tiveram sempre aquela arbitrariedade imbecil e subjectiva do legislador, o mesmo gajo que há 40 anos proibia que se namorasse na rua, que as pessoas se pudessem divorciar, que as mulheres casadas pudessem ter passaporte e viajar para o estrangeiro, que pudéssemos ler certo livro ou ouvir certa música, esse legislador estreptococo, conseguiu criar uma prole de descendentes que hoje continuam a legislar no mesmo registo de estupidez subjectiva. É o caso dos mentecaptos da ASAE, que não legislam mas sugerem, proibições e deveres tão absurdos como os dos seus antecessores pulhas pidescos. Seria particularizar demasiado se chamássemos à ASAE os pulhas pidescos dos tempos modernos. Na realidade os socráticos, disfarçados sobre um conceito enviezado de socialismo, são na realidade uns fascizóides com vertigens alucinadas de Poder.
Estamos entregues a uma ditadura económica, tão perigosa quanto a ditadura tradicional. Hoje já não temos de ter licença para usar isqueiro, nem de ter medo de expressar livremente a nossa opinião (isto se não pensarmos naquele professor da DREN ou naquele bloguista do «Portugal Profundo» que se lixaram por falar mal do artolas do nosso primeiro-ministro), mas em contrapartida somos obrigados a descontar metade daquilo que ganhamos, a pagar ao Estado (essa abstracção incómoda) mais de 1/5 daquilo que compramos e a acatar obedientemente, como no tempo da ditadura a descoberto, todas as merdinhas de leis que o Governo vai inventando para pagar o seu status quo (que por vezes toma a forma de Audis topo de gama).

Que o país é ridículo é uma realidade. Que os portugueses se deixem ridicularizar por estes ditadorzecos de pacotilha, que mais parecem perus disléxicos em dias de cimeira é outra coisa.
Quem elegeu este Desgoverno merece, na boa tradição deste blog, uma tribo de somalis rebarbados, com a testosterona alterada quimicamente, pelos glúteos acima. Mas merece mais. Merece ter um tempinho de reflexão, só para ver em que estado é que deixou chegar este lugar mal frequentado a que chamamos país. Não estou nada satisfeito com os anormais babosos que deram o poder a este engenheiro instântaneo do José Sócrates.

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