17 de novembro de 2006

A Razão do Meteorologista

meteorologista
Há três tipos de indivíduos que nos mentem descaradamente todos os dias: os políticos, os astrólogos, e os meteorologistas. Sobre os políticos já falei largamente neste blog e por isso hoje vou dar-hes descanso (como se eles precisassem...); dos astrólogos falarei noutra oportunidade; detenhamo-nos então nos meteorologistas.
Se há profissão cuja credibilidade depende quase exclusivamente dos caprichos da natureza é a de meteorologista.
Sabemos bem que a natureza é imprevisível, facto que torna a profissão de meteorologista numa das mais ingratas do planeta, por duas grandes razões: se acertam na previsão ninguém lhes liga nenhuma porque é suposto acertarem – é para isso que lhes pagam; se falham, e normalmente falham, são imediatamente gozados com aquela condescendência típica de quem nunca acreditou que iriam acertar. Mas uma coisa é certa: nunca ninguém se aborrece muito com eles. Nunca se viu um meteorologista ser despedido por ter falhado uma previsão.
«O senhor previu uma tempestade tropical e afinal temos aqui um furacão de grau sete. Isto é uma verdadeira irresponsabilidade! Já na passada semana nevou quando a sua previsão era de céu pouco nublado com algumas abertas. É inadmissível. Está despedido!!»
Neste aspecto os meteorologistas apresentam muitas semelhanças com os políticos – há uma espécie de impunidade vigente face às barbaridades que dizem.
Uma coisa que me suscita curiosidade é a progressão de carreira de um meteorologista. Como é que eles sobem de escalão? Provavelmente até têm um daqueles cartõezinhos de handicap, como no golfe. Quem conseguir acertar mais vezes nas previsões vai reduzindo o seu handicap até chegar à presidência do Instituto Nacional de Meteorologia.
Por isso, o momento em que acertam na sua previsãozinha deve ser avassalador. É um ponto alto das suas carreiras. Ficam mais felizes que um tornado num parque de caravanas.

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